Julio - diciembre de 2018/Universidad Surcolombiana
Artículo de Investigación
Desenvolvimento inicial de plantas de mandioca em sistema de cultivo mínimo e preparo convencional com diferentes massas de coberturas vegetais
Initial development of cassava plants in a minimum cultivation system and conventional preparation with different types of vegetative cover
Claudio Ribeiro Benetão Junior
Graduando, UEM/DEA, +55 4436758262, Brasil. (Autor para correspondência)
João Paulo Sierakowski
Graduando, UEM/DEA, +55 4436758262, Brasil
Emily Caroline Bacon
Graduando, UEM/DEA, +55 4436758262, Brasil
Felipe Franchini Skaraboto
Graduando, UEM/DEA, +554436758262, Brasil
felipefranchiniskaraboto@hotmail.com
Reny Adilmar Preste Lopes
Professor Associado, UEM/MPA, +554436758262, Brasil
Raimundo Pinherio Neto
Professor Associado, UEM/MPA, +554430115847, Brasil
Fecha de envío: 30/09/2018
Fecha de Revisión: 10/10/2018
Fecha de Aprobación: 20/11/2018
Resumo
Os solos arenosos com cultivo de mandioca em sistema de preparo convencional sofrem intenso revolvimento, que pode acarretar desestruturação e adensamento do solo. O solo da região noroeste do Paraná é originário do Arenito Caiuá, apresentam na sua textura teor de areia oscilando entre 85% a 90%, possuindo níveis baixos de fósforo, potássio, cálcio, magnésio e baixo teor de matéria orgânica, geralmente com alta susceptibilidade à erosão. O experimento foi realizado no Campus do Arenito, Universidade Estadual de Maringá, em Cidade Gaúcha. Utilizou-se a variedade de mandioca Fécula Branca sobre preparo convencional e cultivo mínimo, com quatro composições de coberturas vegetais: aveia preta comum com crotalária juncea (AvC); aveia preta comum com milheto comum (AvM), aveia preta comum com crotalária juncea e milheto comum (AvCM) e aveia preta comum (Av). O desenvolvimento inicial das plantas de mandioca e massa seca das coberturas vegetais foram influenciados pelos sistemas de preparo do solo. O cultivo mínimo apresentou menores valores de diâmetro de colmo, altura de plantas e brotação de manivas. Enquanto que o preparo convencional, apresentou menor número de plantas e maior espaçamento entre plantas em parcelas sob aveia preta em sucessão de crotalária juncea com milheto e parcelas somente com aveia preta. A cobertura vegetal aveia preta sucessão com crotalária juncea, sob cultivo mínimo e aveia preta sucessão com crotalária juncea e milheto comum, sob preparo convencional, apresentaram os maiores valores de massa seca.
Abstract
The sandy soils with cassava cultivation in conventional tillage system undergo intense revolving, which can lead to soil destruction and densification. The soil of northwestern Paraná originates from Caiuá Sandstone. Its texture has a sand content ranging from 85% to 90%, with low levels of phosphorus, potassium, calcium, magnesium and low organic matter content, generally with high susceptibility. to erosion. The experiment was carried out at the Sandstone Campus, Maringá State University, in Cidade Gaúcha. Cassava Fécula Branca variety was used in conventional preparation and minimum cultivation, with four compositions of vegetable toppings: common black oat with crotalaria juncea (AvC); common black oats with common millet (AvM), common black oats with crotalaria juncea and common millet (AvCM) and common black oats (Av). The initial development of cassava plants and dry matter of the cover crops were influenced by the tillage systems. The minimum cultivation presented lower values of stem diameter, plant height and sprouting. While the conventional tillage presented smaller number of plants and larger spacing between plants in plots under black oats in succession of crotalaria juncea with millet and plots only with black oats. The black oats succession with crotalaria juncea under minimum cultivation and black oats succession with crotalaria juncea and common millet under conventional preparation presented the highest values of dry mass.
1. Introdução
Os solos arenosos com cultivo de mandioca em sistema de preparo convencional sofrem intenso revolvimento, acarretando a desestruturação e o adensamento do solo. O solo da região noroeste do Paraná é originário do Arenito Caiuá, apresentam na sua textura teor de areia oscilando entre 85% a 90%, possuindo níveis baixos de fósforo, potássio, cálcio, magnésio e baixo teor de matéria orgânica, geralmente com alta susceptibilidade à erosão (Oliveira et al., 2000). Segundo Valle et al., (2008), com estudos de melhorias de plantio, variedades e práticas de produção, a mandioca pode chegar a produtividade de até 90 t ha-1 ano-1 . O Arenito Caiuá, na sua maioria, é explorado por pecuária, cultura da cana-de-açúcar e mandioca, sendo implantadas sob preparo convencional. O cultivo mínimo associado ao uso de coberturas vegetais pode proporcionar melhores índices de desenvolvimento das plantas de mandioca, redução do efeito erosivo no solo, melhoria da qualidade física e química quando comparados ao preparo convencional do solo. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento inicial das plantas de mandioca em diferentes sistemas de preparo e cobertura do solo.
2. Material e Métodos
O experimento foi realizado no Campus do Arenito, Universidade Estadual de Maringá, em Cidade Gaúcha. Utilizou-se a variedade de mandioca Fécula Branca sobre preparo convencional e cultivo mínimo, com quatro composições de coberturas vegetais. As parcelas experimentais foram compostas por mandioca, plantadas sobre parcelas sob preparo convencional e cultivo mínimo. Nos diferentes sistemas de preparo do solo, as coberturas vegetais foram semeadas no inverno e verão. O milheto comum (
3. Resultados e Discussão
Na Tabela 1, são apresentados os resultados de massa seca das coberturas vegetais em preparo convencional e cultivo mínimo. Analisando-se os valores massa seca das coberturas vegetais, verifica-se que as parcelas com a cobertura vegetal AvC teve maior valor de massa seca no sistema cultivo mínimo, enquanto que AvM e AvCM, destacaram-se em maiores valores de massa seca no sistema convencional.
As parcelas com aveia (Av) tiveram comportamentos semelhantes em ambos os sistemas de preparo do solo. Os valores de massa seca observados para aveia preta são inferiores aos observados por Oliveira et al. (2000) que avaliando a aveia preta verificaram que produção de matéria seca foi de 4,325 t ha-1 para IAPAR61 e para aveia branca foi 5,914 t ha-1 para variedade IAPAR 96101-B.
No sistema cultivo mínimo, AvC destacou-se em maior valor de massa seca e no sistema convencional, o maior valor de massa seca sobre o solo foi observado nas parcelas com AvCM.
Tabela 1. Massa seca de coberturas vegetais em diferentes sistemas de manejo
Preparo/Cobertura vegetal |
Massa Seca (t ha-1) | ||||
AvC | AvM | AvCM | Av | Média | |
Cultivo Mínimo Convencional |
19.281Aa 10.230Bc |
10.172Bc 14.795Ab |
14.810Bb 19.287Aa |
4.095Ad 4.065Ad |
12.090A 12.094A |
Média | 14.756b | 12.484c | 17.049a | 4.080d |
*AvC= aveia preta comum com crotaláriajuncea; AvM = aveia preta comum com milheto comum; AvCM = aveia preta comum com crotaláriajuncea e milheto comum; Av = aveia preta comum. Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de agrupamento de Scott-knott a nível de 5% de probabilidade.
Na Tabela 2, são apresentados os resultados das características fisiológicas das plantas de mandioca em preparo convencional e cultivo mínimo. Verificou-se entre o sistema de preparo do solo, os menores valores de diâmetro foram observados nas parcelas AvC e AvCM no sistema cultivo mínimo. Em relação as coberturas vegetais, no sistema cultivo mínimo, o maior valor médio de diâmetro foi observado foi nas parcelas com AvM, enquanto que no sistema convencional foi nas parcelas com a cobertura vegetal AvCM. Estudos de Aguiar et al (2009), avaliando o comportamento da parte aérea com diferentes densidades de plantio, verificaram que menores densidades de plantio apresentam melhor desenvolvimento de números de plantas e diâmetro das hastes. A variável altura de plantas apresentou menor valor médiosob o sistema cultivo mínimo, nas parcelas com as coberturas AvC e AvCM.Na análise de coberturas vegetais, em cada sistema de preparo, verificou-se que somente as parcelas com Av apresentaram o menor valor médio de altura de plantas no sistema convencional.
Tabela 2. Características fisiológicas de mandioca em diferentes manejos
Preparo/Cobertura vegetal |
Diâmetro de Colmos (m 10-3) | ||||
AvC | AvM | AvCM | Av | Média | |
Cultivo Mínimo Convencional |
5.83Bb 7.93Ab |
9.43Aa 8.15Ab |
6.43Bb 9.88Aa |
6.78Ab 7.30Ab |
7.11B 8.31A |
Média | 6.88b | 8.79a | 8.15a | 7.04b | |
Preparo/Cobertura vegetal |
Altura de Plantas (m 10-2) | ||||
AvC | AvM | AvCM | Av | Média | |
Cultivo Mínimo Convencional |
9.75Ba 19.60Aa |
14.60Aa 17.40Ab |
8.70Ba 18Aa |
11.15Aa 12.95Ab |
11.05B 16.99A |
Média | 14.68a | 16a | 13.35a | 12.05a | |
Preparo/Cobertura vegetal |
Número de Plantas (plantas m-1) | ||||
AvC | AvM | AvCM | Av | Média | |
Cultivo Mínimo Convencional |
1.45Aa 1.75Aa |
1.75Aa 1.65Aa |
1.50Aa 1.35Ab |
1.60Aa 1.30Ab |
1.58A 1.51A |
Média | 1.60a | 1.70a | 1.43a | 1.45a | |
Preparo/Cobertura vegetal |
Brotação das Manivas (brotos plantas-1) | ||||
AvC | AvM | AvCM | Av | Média | |
Cultivo Mínimo Convencional |
1.15Aa 1.35Aa |
1.05Aa 1.20Aa |
1.00Aa 1.30Aa |
1.00Aa 1.25Aa |
1.05B 1.28A |
Média | 1.25a | 1.13 a | 1.15a | 1.13 a | |
Preparo do solo/ Cobertura vegetal |
Espaçamento entre Plantas (m) | ||||
AvC | AvM | AvCM | Av | Média | |
Cultivo Mínimo Convencional |
0.73Aa 0.54Ab |
0.69Aa 0.63Ab |
0.63Aa 0.75Aa |
0.75Aa 0.89Aa |
0.69A 0.70A |
Média | 0.63b | 0.66b | 0.69b | 0.82a |
*AvC= aveia preta comum com crotaláriajuncea; AvM = aveia preta comum com milheto comum; AvCM = aveia preta comum com crotaláriajuncea e milheto comum; Av = aveia preta comum. Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de agrupamento de Scott-knott a nível de 5% de probabilidade.
Estudos realizados por Lopes et al (2015), mostraram que a altura de plantas fora influenciada pelos sistemas de preparo, tipo de hastes e variedades de mandioca. Estes autores identificaram valores inferiores de altura de plantas no sistema CM, em parcelas com Fécula Branca plantadas com haste tipo facão sulcador alado + Disco de corte corrugado frontal (FAD) e haste tipo facão sulcador simples + Disco de corte corrugado frontal (FSD). Menores números de plantas foram observados nas parcelas com Av e AvCM. Para brotação de planta, menores valores foram observados no sistema cultivo mínimo, independente da cobertura vegetal utilizada. Para espaçamento entre plantas maior valores foram observados nas parcelas somente com Av. Estudos conduzidos por Irolivea et al (1998), estudando o efeito do espaçamento entre plantas e da arquitetura varietal no comportamento vegetativo e produtivo da mandioca, verificaram que cultivares que se ramificaram com espaçamentos menores favoreceram o fechamento precoce das copas, reduziram o ângulo de ramificação e o diâmetro da haste principal e os menores espaçamentos aumentaram o rendimento dos cultivares que não se ramificaram.
4. Conclusões
O desenvolvimento inicial das plantas de mandioca e massa seca das coberturas vegetais foram influenciados pelos sistemas de preparo do solo. O cultivo mínimo apresentou menores valores de diâmetro de colmo, altura de plantas e brotação de manivas. Enquanto que o preparo convencional, apresentou menor número de plantas e maior espaçamento entre plantas em parcelas sob aveia preta em sucessão de crotalária juncea com milheto e parcelas somente com aveia preta. A cobertura vegetal aveia preta sucessão com crotalária juncea, sob cultivo mínimo e aveia preta sucessão com crotalária juncea e milheto comum, sob preparo convencional, apresentaram os maiores valores de massa seca.
5. Referências Bibliográficas
Aguiar, E. B., Bicudo, S., Curcelli, F., Abreu, M. L., Passini, C. T., Brachtvogel, E. L., Cruz, S. S., 2009. Desenvolvimento da parte aérea da mandioca sob diferentes densidades populacionais em dois tipos de solo. In: XIII Congresso Brasileiro de Mandioca: Inovações e desafios, 2009, Botucatu.
Carlos, J. A. D., COSTA, J. A.; COSTA, M. B. Adubação Verde: do conceito à prática. Piracicaba: ESALQ/DIBD. 2006. 32p. (Série Produtor Rural, 30).
Irolivea, E. A. M., Câmara, G. M. S., Nogueira, M. C. S., Cintra, H. S., 1998. Efeito do espaçamento entre plantas e da arquitetura varietal no comportamento vegetativo e produtivo da mandioca. Piracicaba:
Fialho, J. F., Vieira, E. A., 2011. Seleção participativa de variedades de mandioca na agricultura familiar. Planaltina:
Lopes, R. A. P., Milani, J. L. B., Skaraboto, F. F., Dorne, E. O., Lozano, C. S., Silva, D. R., 2015. Altura de plantas, produtividade e teor de amido de mandioca com diferentes manejos e hastes sulcadoras. In: XVI Congresso Brasileiro de Mandioca/ I Congresso Latino-Americano e Caribenho de Mandioca, 2015, Foz do Iguaçu.
Oliveira, E., Medeiros, G. B., Marun, F., Oliveira, J. C., SÁ, J. P. G., Filho, A. C., Kranz, W. M., Silva J. R. N. F., Abrahão, J. J. S., Guerini, V. L., Martin, G. L., 2000. Recuperação de pastagens no Noroeste do Paraná: bases para plantio direto e integração lavoura pecuária. Londrina: IAPAR, 2000, 96p. (
Valle, T. L., Feltran, J. C., Carvalho, C. R. L., 2008. Mandioca para produção de etanol. Campinas: